Teste de Contato (Patch Test)

O Teste de Contato é um método clássico para avaliar a sensibilidade das alergias de contato com reação tardia. Auxilia na identificação e pode confirmar os agentes causadores da dermatite de contato. São mais de 4.900 substâncias que podem causar alergia de contato. Para identificar os agentes causadores das reações alérgicas é preciso testar no paciente as substâncias suspeitas às quais seja sensível.

A dermatite de contato é uma reação cutânea inflamatória causada pelo contato direto com uma substância presente no meio ambiente e que sensibiliza o sistema imunológico, desenvolvendo uma memória nos contatos subsequentes.
O teste de contato tenta reproduzir uma reação em “miniatura” no local da aplicação do alérgeno suspeito. É uma prova biológica “ao vivo”. Auxilia na identificação e pode confirmar os agentes causadores da dermatite de contato.
É uma ferramenta valiosa que pode identificar o(s) alérgeno(s) responsável(eis) pelo desencadeamento da dermatite alérgica de contato. Os resultados dos testes de contato devem correlacionar-se com o quadro clínico do indivíduo alérgico.
A indicação do teste de contato é para suspeita de dermatite de contato. A seleção dos alérgenos (haptenos) a serem testados é baseada na história clínica e na experiência de cada médico. Habitualmente inicia-se pela bateria padrão (brasileira ou latino-americana) e posteriormente as séries especiais.
Existem testes complementares específicos para área do corpo afetada e grupo de alérgenos (capilar, unhas, calçados, dental, medicamentos, fragrâncias, alimentos e pediátrica).

Indicação: suspeita de dermatite alérgica de contato, dermatite relacionada com exposições ocupacionais e outros tipos de dermatites ou eczemas crônicos que não melhoram com tratamentos habituais.
Antes da aplicação do teste de contato, orientar o paciente para evitar medicamentos que possam interferir na reatividade cutânea (como os corticoides).
Informar ao paciente: sobre o objetivo, benefícios e como é realizado o teste de contato; orientar sobre banhos/duchas, não molhar local do teste, irradiação da luz solar, exercícios e a fita adesiva; orientar a respeito dos sintomas (coceira e reações tardias leves ou graves).
Local da aplicação do teste de contato: preferencialmente na região dorsal e se não for possível regiões dos braços e pernas.
Materiais: câmaras de plástico ou alumínio aderidas à fita adesiva hipoalergênica, as substâncias a serem testadas, álcool para higiene da pele e se possível, éter para desengordurar a pele.
Preparo: colocar as substâncias na parte côncava das câmaras previamente aderidas na fita adesiva hipoalergênica. Em seguida, limpar a pele e fixar a fita na região dorsal do paciente, ou no braço/perna, caso seja necessário.
Após 48 horas o paciente deve retornar para a retirada da fita adesiva e a primeira leitura. Retornar para casa sem a fita adesiva. O local da fita deve ser demarcado para a leitura e resultado.
Após 72 a 96 horas o paciente deve retornar para leitura e relatório final. Alguns pacientes necessitam de leituras ainda mais tardias.

Tempos de leitura:
Dia Zero (D-0): aplicação do teste e exposição aos alérgenos por oclusão por 2 dias.
Dia Dois (D-2): retirada da fita e primeira leitura de 48 horas.
Dia Três ou Quatro (D-3 ou D-4): segunda leitura obrigatória, em 72 ou 96 horas.
Pode haver necessidade de leitura entre os dias cinco e dez (D-5 e D-10) para alérgenos como corticosteroides e antibióticos.
Resultado do teste de contato: pontuado de acordo com a morfologia.
Negativo – sem reação cutânea
Duvidoso – eritema (vermelhidão) fraco
Positivo fraco – eritema (vermelhidão), infiltração e possivelmente pápulas (erupção endurecida)
Positivo moderado – eritema (vermelhidão), infiltração, pápulas (erupção endurecida), vesículas (bolhas).
Positivo intenso - eritema (vermelhidão), infiltração, pápulas (erupção endurecida), vesículas coalescentes (várias bolhas que se juntam).

DERMATITE DE CONTATO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A dermatite alérgica de contato em crianças e adolescentes está aumentando. A sensibilização ao contato com alérgenos pode iniciar em criança de pouca idade. Os dados sobre prevalência de alergia de contato entre crianças que procuram clínicas de dermatologia variam entre 15% e 71%. É difícil comparar os estudos científicos relacionados a esta dermatite de contato devido ao número de pacientes avaliados, distribuição por idade e sexo, diferenças regionais na exposição a diferentes alérgenos e seleção de haptenos para os testes de contato. Os sensibilizantes de contato mais comuns são: metais (níquel, cobalto e cromato), fragrâncias, conservantes, neomicina, produtos químicos de borracha e resina de p-terc-butilfenolformaldeído.
Os cosméticos como sabonetes, xampus, espumas de banho, hidratantes, filtros solares e os excipientes como os liberadores de formaldeídos, assim como os conservantes como a metil dibromo glutaronitrila (MDBGN), cocamidopropil betaína e raramente metilcloroisotiazolinona / metilisotiazolinona (MCI / MI), podem causar dermatites alérgicas. Os emolientes são utilizados há muitos anos, principalmente na dermatite atópica e são considerados essenciais na terapia cutânea, no entanto, em algumas pessoas podem ser sensibilizantes. Um emoliente contém componentes lipofílicos (óleos ou ceras naturais, compostos de óleos minerais sintéticos) e/ou componentes hidrofílicos (água, hidratante e géis) e outros ingredientes (hidratante, emulsificantes e conservantes). Existem emolientes contendo alérgenos como amendoim ou aveia que podem induzir eczemas alérgicos.
Os produtos naturais e geralmente considerados seguros, na verdade podem conter sensibilizantes e induzir dermatite alérgica de contato, como o óleo essencial de melaleuca (tea tree) extraído de Melaleuca alternifólia; o bálsamo do Peru uma resina da planta Myroxylon pereira utilizada como remédio natural, como fragrância e aromatizante de alimentos; a calêndula (Calendula officinalis); cera de carnaúba (Copernicia prunifera); o própolis (resina da abelha) utilizado em biocosméticos e tratamento natural; os componentes da família das Compositae também são causadores de dermatites irritativas e fototóxicas. As lactonas sesquiterpênicas são os principais componentes alergênicos nas plantas de Compositae. As erupções nos pés podem ser alérgicas ou irritativas. As alérgicas podem ser decorrentes de contato com têxteis (calças, meias) e os calçados. Os principais alérgenos são os corantes “disperses” e os componentes utilizados nos calçados (bicromato de potássio, cloreto de cobalto, níquel, colofonia e resinas). Existem relatos de alergia às caneleiras que são compostas de derivados da borracha, resinas e derivados da tioureias.
Outro hapteno importante é o corante nas tatuagens definitivas e nas temporárias com uso da henna negra, onde é adicionado o p fenilenodiamina (PPD) para aumentar a intensidade da cor. O PPD também é usado como agente permanente de coloração dos cabelos e como acelerador da vulcanização da borracha. A exposição a henna negra e a tinturas de cabelo é a principal causa de alergia em crianças e adolescentes. Estas substâncias químicas provocam reações cruzadas: com corantes azo, sulfonamidas, filtros solares de ácido p-aminobenzóico e anestésicos locais, como benzocaína ou procaína. As dermatites por fraldas também podem ocorrer e na grande maioria por irritação e não por alergia. No caso de suspeita de alergia, deve-se pensar em sensibilidade por: componentes de borracha (mercaptobenzotiazol), resina PTBF (butilfenol para-formaldeído), adesivo, ciclohexil tioftalimida e corantes “disperses”. Outras fontes de alérgenos estão nos brinquedos, importante exposição aos haptenos e nos cosméticos para brincar, como: perfumes, batons, sombras para os olhos, fragrâncias e bijuterias (metais). Para identificar os alérgenos na faixa etária pediátrica e adolescente é importante testar com produtos próprios para a idade. Atualmente, existem no mercado os haptenos para teste de contato. As substâncias para teste de contato da série pediátrica e adolescente são: acetato de hidrocortisona; álcool de lanolina (lã alcoólica – amerchol); azul disperse (disperse blue); bicromato de potássio; budesonida; butilfenol paraformaldeído (PTBF); colofônia; compositae mix; fragrâncias mix II; mercaptobenzotiazol; lyral; mercapto mix; metilcloroisotiazolinona / metilisotiazolinona (Kathon CG); metildibromo glutaronitrilo; neomicina; parafenilenodiamina; perfume mix I; sesquiterpeno lactona mix; sulfato de níquel; tiuram mix.

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