Alérgenos naturais

A alergia é definida como uma resposta a determinados alérgenos ou antígenos (molécula que causa uma reação com uma resposta imune específica) do meio ambiente e ocorre devido à hipersensibilidade do sistema imunológico. O desenvolvimento de doenças alérgicas é complexo, envolvendo componentes genéticos e ambientais, sendo a sensibilidade a alérgenos variável entre os organismos.

Ácaros

A alergia a ácaros da poeira domiciliar é um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo. Os antígenos acarinos, constituídos pelo corpo e partículas fecais são os aeroalérgenos mais relevantes e mais de 20% da população mundial são sensibilizados a estes alérgenos. Embora existam na poeira doméstica componentes orgânicos de diversas origens, tais como: ácaros, esporos de fungos, pólens, fibras vegetais, bactérias, restos de alimentos, escamas humanas etc., o ácaro é o componente mais importante no que se refere à causa das alergias respiratórias.

Os ácaros são microscópicos, medindo de 100 a 300μm, da classe dos aracnídeos e subclasse Acari. Habitam locais onde há acúmulo de poeira: colchões, travesseiros, carpetes, sofás, estofamento de carros, bichos de pelúcia, estantes, livros velhos, roupas guardadas por muito tempo, etc. Têm preferência por temperatura entre 16 a 24ºC e umidade relativa do ar elevada (acima de 60%). Alimentam-se da descamação da pele humana e de pelos de animais.

Insetos

Os insetos representam uma das classes mais numerosas do reino animal, desta forma o contato com os seres humanos é inevitável e a exposição às suas picadas pode provocar desde lesões imperceptíveis até reações graves. A fonte de alérgenos dos insetos pode estar em suas glândulas salivares, nos culicídeos como: mosquito ou pernilongo ou muriçoca, maruim ou mosquito pólvora, borrachudo ou pium, pulgas e carrapatos; na bolsa de veneno: formiga, abelha, vespa ou marimbondo; no corpo: mariposa, borboleta e mosca; e ainda, no corpo e fezes das baratas.

Diversos insetos podem provocar reações alérgicas. Os principais que causam alergia grave são os himenópteros: abelha, formiga e vespa ou marimbondo. O veneno de himenópteros pode causar reações muito graves, mesmo fatais. Outros insetos frequentes, como os pernilongos ou mosquitos, borrachudos, pulgas, carrapatos, provocam reações alérgicas. Algumas destas reações de hipersensibilidade não são imunológicas por isso são mais fugazes.

O papel dos insetos na produção de alérgenos inalantes e desencadeamento de sintomas respiratórios vem sendo discutido há décadas e já foram descritos como sensibilizantes em ambientes externos e internos, como as mariposas, borboletas, mosquitos e baratas.

Alimentos

A Alergia alimentar é uma reação adversa a determinado alimento. Envolve o mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrintestinal e respiratório. As reações podem ser leves como simples coceira nos lábios até reações graves que podem comprometer vários órgãos.

A alergia alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos. A predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações a nível do intestino parecem ter importante papel. Existem mecanismos de defesa principalmente a nível do trato gastrintestinal que impedem a penetração do alérgeno alimentar e consequente sensibilização. Os alimentos que mais provocam alergia são: leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, peixe e crustáceos.

A sensibilização a estes alimentos (formação de anticorpos IgE) depende dos hábitos alimentares da população. O amendoim, os crustáceos, o leite de vaca e as nozes são os alimentos que com maior frequência provocam reações graves (anafiláticas). Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo indivíduo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir a soja, ervilha ou outros feijões.

As reações adversas aos conservantes, corantes e aditivos alimentares são raras, mas não devem ser menosprezadas, como a tartrazina, sulfitos e glutamato monossódico. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os medicamentos e os sulfitos usados como conservantes em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis. Os métodos de diagnóstico mais utilizados são os testes de provocação oral, testes cutâneos e pelo sangue dosando a IgE sérica específica.

Epitélios

As proteínas alergênicas dos epitélios de animais, estão presentes nos pelos, caspas, saliva e urina e podem causar alergia, tanto respiratória como cutânea. Em nosso meio, os epitélios de cães e gatos são as causas mais comuns de alergias respiratórias. No entanto, epitélio de cavalo, vaca, roedores e animais de laboratório também pode ser responsável por causar alergias.

O paciente sensível poderá ter sintomas contínuos ou alternados mesmo sem a presença do animal. Os tapetes, colchões e cadeiras estofadas são reservatórios de alérgenos de animais domésticos. Estes alérgenos podem ser transportados pelas roupas para ambientes onde nunca houve animais.

Polens

Alérgenos de polens são proteínas ou glicoproteínas solúveis em água, que em contato direto com a mucosa em meio isotônico, levam à difusão rápida dos alérgenos, os quais induzem sintomas alérgicos, como a rinoconjuntivite alérgica e/ou asma brônquica. Os polens são grãos microscópicos destinados à fecundação das plantas.

Na natureza, os polens, têm vários formatos (na maioria esféricos) e vários tamanhos (12 a 300 micrômetros de diâmetro), são polens anemófilos (aqueles cuja polinização ocorre por serem dispersos ou transportados pelo ar). Nem todos os polens têm potencial alergênico, mas as gramíneas, incluindo-se o capim, encontradas em todas as regiões do Brasil, são a principal causa de alergia polínica no país. As espécies mais importantes são: Lolium perenne (azevém), Poa pratensis (grama azul) e Phleum pratense (grama timóteo), mas outras espécies também podem ser importantes clinicamente dependendo da região geográfica.

Fungos

Existem centenas de tipos de fungos, mas nem todos são responsáveis por causar sintomas alérgicos. Os esporos dos fungos do ar são os que provocam reações alérgicas. Estes esporos encontram-se no ar, em maior ou menor concentração dependendo da umidade e ventilação ambiental, da zona estar próxima do mar e da estação do ano. Podem estar presentes em aparelhos de ar condicionado sem manutenção, colchões, travesseiros, áreas onde existam vazamentos ou acúmulo de água. Os fungos que mais frequentemente causam alergia são: Alternaria alternata, Aspergillus fumigatus, Cladosporium herbarium e Penicillium notatum.

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